Linux para mouses
Elegante e funcional, o Corel Linux veio definitivamente brigar pelo mercado desktop, oferecendo simplicidade e poder na ponta dos dedos

Fabio Minami
minami@RevistaDoLinux.com.br

O CD que acompanha a edição deste mês da Revista do Linux é a versão mais recente e atualizada do Corel Linux, cuja matriz nos foi enviada diretamente do Canadá com a permissão para distribuí-lo.

Apresento aqui minha experiência com esta inovadora distribuição que, com certeza, vai agradar a todos os nossos leitores. O Corel Linux destaca-se logo na entrada: o Corel Install Express (programa instalador) é eficiente e, acima de tudo, muito elegante.

Na verdade, a tradição e a experiência da Corel na área gráfica, aliadas ao poder da Debian, resultaram em uma distribuição Linux muito fácil de usar. O instalador é detalhado, e cobre as necessidades dos mais variados perfis de usuários, prestando-se tanto àqueles que nunca tiveram contato anterior com Linux como àqueles que já possuem alguma experiência.

A instalação do Corel Linux é extremamente detalhada, e ao mesmo tempo simples. Com apenas cinco passos será possível instalar o sistema. Se sua máquina permitir, poderá dar boot pelo CD-ROM. Caso não seja possível, terá que gerar um disco de inicialização. Consulte a documentação dentro do CD para saber como gerar os disquetes.

Os passos da instalação são os

seguintes:

1. Nome de usuário: nesta tela, basta fornecer um nome de usuário.

2. Na segunda tela, terá que optar por dois modos de instalação:

Install Standard Desktop e Show

Advanced Install Options

Algumas telas subseqüentes serão as mesmas para todos os perfis, mudando apenas a ordem de aparecimento.

3. Caso opte pelo primeiro modo,

esta tela apresentará as seguintes

opções:

a. Apagar todo conteúdo do disco

b. Usar o espaço livre do disco

c. Editar partições

d. Instalar sobre partições

DOS/Windows

Caso opte pelo modo avançado, esta tela apresentará os seguintes perfis de instalação:

Desktop, Desktop Plus, Server e Custom

4. Na instalação Standard, esta tela apresenta a opção da escolha do dispositivo (drive) onde será instalado o sistema.

Na instalação Advanced, esta tela pode ser:

a. Escolha dos pacotes a serem instalados (caso escolha Custom)

b. Opções de instalação (destrutiva, não destrutiva, editar partições)

5. Se tiver optado pela instalação

Standard este será o último passo:

clicar em um botão para concluir a instalação. Bastante simples, não?

A instalação Advanced conclui-se com os mesmos passos 4 e 5 da instalação Standard.

Optei pelo modo Advanced e, assim, pude conservar o Conectiva 5.0, sistema operacional existente na minha máquina de trabalho. Instalei o Corel Linux no espaço livre do disco.

Após logar no sistema, a primeira surpresa: o ambiente de trabalho KDE foi melhorado. Alguns itens que parecem simples no KDE amadureceram no Corel Linux, e apresentam uma interface bastante familiar para usuários

Windows. Outra característica que merece destaque é a performance. Esta versão exclusiva do KDE ficou muito rápida, e realmente causa boa impressão.

As novidades incluem: Kernel 2.2.14 e XFree 3.3.6, novos painéis de controle e gerenciamento de hardware, suporte para USB, suporte melhorado para hardware durante a instalação automática, suporte para pacotes RPM no Corel Update, mais drivers para periféricos como placas de som e

vídeo, melhor conectividade com

Windows no Corel File Manager.

A versão Standard Corel Linux traz três CDs, o manual do usuário, o

Netscape Communicator, o Adobe Acrobat Reader, Fontes Bitstream e Type 1, um cliente compatível com o ICQ e o Word Perfect 8 Light. Um pacote muito completo.

O gerenciador de arquivos foi alterado, e a Corel acrescentou funcionalidades, como uma árvore de diretórios semelhante ao Windows Explorer. Esta árvore apresenta, além dos dispositivos (disquete e CD-ROM), a possibilidade de compartilhar impressoras, discos ou diretórios através do Samba e NFS, e ainda logar em uma rede Windows para visualizar computadores e pastas compartilhadas. Tudo isso graficamente, com as conveniências do apontar e clicar, arrastar e soltar. Os ícones e o funcionamento do desktop tornam o ambiente familiar para quem migra de outros sistemas operacionais. Estas características irão agradar aos usuários iniciantes do Linux, pois não será necessário digitar muitos comandos no console.

O Control Center já existia anteriormente no KDE. A novidade é que muitos novos recursos foram agregados, e podemos ajustar várias configurações do sistema. Para se ter uma idéia, a configuração da rede se realizou sem a necessidade de editar arquivos manualmente. O sistema localizou a placa de rede e configurou-a. O único ajuste foi feito no centro de controle, no ícone rede (networks). O sistema encontrou a rede quase que instantaneamente, sem reiniciar o computador.

O único problema de configuração de hardware foi com a placa de som (ESS1969 on board), que não foi reconhecida pelo configurador. Vale lembrar que placas on board costumam ser um problema para a auto-detecção.

O Corel Update serve para gerenciar (instalar, remover, verificar, atualizar) os pacotes de software de seu sistema. Para sua maior comodidade, a ferramenta conecta-se a servidores da Corel através da Internet, e procura por atualizações. Isso proporciona alguma confiança, pois os pacotes virão de um servidor conhecido. Mas nada impede que você mesmo indique a quais servidores deseja se conectar.

Como o Corel Linux é baseado na distribuição da Debian, o formato de pacotes de instalação é o DEB e não o RPM da RedHat, e você deverá buscar no site da Corel os pacotes no formato apropriado. Presente na distribuição está o Alien, programa que possibilita fazer conversões entre esses dois formatos.

No site da Corel (linux.corel.com) você encontrará todas as informações sobre a distribuição. A Revista do Linux não fornece suporte para o CD distribuído com a revista.