Tendo como base um computador sem periféricos avançados, nos dias de hoje seis
elementos são essenciais nos micros: placa de vídeo, placa de som, modem, mouse,
placa de rede e teclado. Em geral nos micros caseiros não há placas de rede.
Primeiro, conheceremos os aplicativos que iremos utilizar e a que hardware eles estão
relacionados. Lembre-se de que para utilizar qualquer um dos softwares apresentados aqui, é
necessário estar usando a conta de root (superusuário, o único com direitos de
alterar as configurações).
kbdconfig (teclado)
É importante destacar que todas as configurações exemplificadas nesta
matéria foram baseadas no Conectiva Linux 5.0.
Kbdconfig:
Este aplicativo é chamado a partir da linha de comando:
# kbdconfig
Selecione então o tipo de teclado que se encaixa ao seu modelo.
Lembre-se de que se o seu teclado for aquele que possui a tecla "ç"
então ele é do tipo br-abnt2, caso contrário, geralmente o modelo correto
é o us-acentos. Em seguida, confirme a escolha pressionando o botão "OK".
Porém, se mesmo depois disso o teclado parecer não funcionar corretamente,
no X-Window System em particular, então deve-se editar o arquivo /etc/X11/XF86Config
e retirar os comentários (símbolo de #) da seguinte linha:
# XkbDisable
Depois das alterações a linha deverá ficar assim:
# XkbDisable
Mouseconfig:
Para rodá-lo, execute na linha de comando:
# mouseconfig
Selecione o mouse mais compatível com o seu modelo. Se por acaso o seu mouse possuir
somente dois botões será possível fazer com que ele emule a ação
de mais um botão, sendo isso facilmente configurado selecionando a opção
"Deseja emulação de 3 botões".
Após seguir esses passos é recomendável executar alguns comandos para que
as alterações feitas no mouse possam ser carregadas. Esses comandos são os
seguintes:
# cds
E após:
# ./gpm restart
Xconfigurator:
A configuração do vídeo é um pouco mais complicada com relação
aos outros itens acima, já que existem mais variáveis envolvidas no processo como:
placa de vídeo, monitor, quantidade de memória da placa de vídeo, resolução
e quantidade de cores, porém esse aplicativo tem uma interface amigável e faz a
autodetecção da maioria das placas, fornecendo-lhe uma configuração mínima funcional.
A sintaxe para executá-lo é:
# Xconfigurator
Se não desejar rodá-lo com a autodetecção da placa de vídeo, execute:
# Xconfigurator expert
Ele fará a autodetecção, porém deixará de selecionar qualquer placa da lista.
No primeiro caso, irá detectar sua placa de vídeo e, depois, será necessário
indicar qual monitor está conectado ao sistema. Se este último não estiver listado,
escolha a opção "personalizado" e informe suas freqüências verticais e
horizontais ao aplicativo. Tenha em mente que mesmo se a sua placa de vídeo não estiver listada,
é possível selecioná-la pelo chipset genérico.
Detalhes:
Quando o X está mal configurado, ele entra na "tela preta" e ali fica parado. Para
abortá-lo, na maioria das vezes o Ctrl + Alt + BackSpace funciona, mas antes disso, tente Control +
Alt + (tecla + do teclado numérico) que alterna entre configurações de
resoluções de tela possíveis (640x480, 800x600 etc), pois às vezes essa tela
só aparece em uma resolução e nas outras não (geralmente a má
configuração da resolução de tela vem acompanhada de um zumbido discreto
do monitor).
Ou ainda, tecle Ctrl+Alt+F1 para voltar ao modo caractere, e no console onde o X foi chamado, tecle
Ctrl+C para "matar" o X.
Tente primeiro configurações mais "conservadoras" e depois vá
aumentando/experimentando até chegar no limite de sua placa de vídeo.
Sndconfig:
Como o aplicativo acima, este também é dotado de autodetecção de
hardware, facilitando o uso de usuários que não conheçam o hardware que possuem.
A sintaxe para rodá-lo é:
# sndconfig
Caso queira especificar a placa de som manualmente, bem como os parâmetros, tais como irq e
dma (muitas placas ISA não plug-and-play possuem jumpers que "travam" seus endereços
e muitas vezes esses não são o padrão de fábrica da placa, convém
checá-los antes de configurar), execute:
# sndconfig noprobe
Linuxconf:
O aplicativo linuxconf é utilizado para fazer a configuração de inúmeras
outras tarefas, porém vamos nos deter somente no que diz respeito a placas de rede. A sintaxe para
rodá-lo é:
# linuxconf
Um exemplo de configuração segue abaixo:
Ambiente de Rede Informação básica da máquina
Complete os campos:
Nome da máquina: teste
ativo: [X] ativo
Primeiro nome + domínio: teste.intranet
Apelidos (opc.) : teste
Endereço IP : digite o endereço IP
Máscara (opc.): digite a máscara da rede
Dispositivo de rede: eth0
Módulo do kernel: pressione Ctrl + X
e selecione um modelo
Porta E/S (opc.): 0x330 (necessário
só se a placa for ISA)
Irq (opc.): 9 (necessário só se a placa for ISA)
Aceitar
Sair
Sair
Ativar Mudanças
Lembramos que as opções Porta E/S e Irq deverão ser preenchidas de acordo com as
especificações da sua placa e somente serão necessárias se ela for do tipo ISA.
Agora, para verificar se a configuração foi bem-sucedida execute os seguintes comandos:
# ifup eth0
# ifconfig
Se na listagem aparecer a palavra "eth0" quer dizer que a sua placa de rede foi configurada com sucesso.
Nota: Se sua placa for compatível com ne2000, selecione em "módulo do kernel"
relativo à placa de rede:
ne (se for ISA)
ou:
ne2k-pci (se for PCI)
Lembre-se que se ela for ISA, será necessário especificar também o irq e o
endereço de entrada e saída.
Kppp:
Antes de configurar uma conta de Internet usando o kppp, primeiramente configuraremos o hardware em si
(modem). As portas "com", no Linux são chamadas de "ttyS". Consulte a tabela de
correspondência abaixo para saber em qual "ttyS" encontra-se seu modem.
COM 1 = /dev/ttyS0
COM 2 = /dev/ttyS1
COM 3 = /dev/ttyS2
COM 4 = /dev/ttyS3
Vamos agora criar um link simbólico deste "ttyS" chamado /dev/modem para que a
configuração não aponte diretamente para a porta de comunicação. Isso
garantirá a todos os usuários o acesso a esse dispositivo. Lembramos que todo o procedimento
deve ser feito como usuário root (que é o único capaz de alterar as
configurações).
# ln -sf /dev/ttySx /dev/modem
O "x" acima refere-se ao número da "tty" visto na tabela de correspondência.
Feito isso, coloque o CD 1 do Conectiva Linux 5.0 no seu drive de CD-ROM e instale o seguinte pacote:
# mount /dev/cdrom
# cd /mnt/cdrom/conectiva/RPMS
# rpm -ivh setserial-2.17-1cl.i386.rpm
# setserial /dev/modem autoconfig
# setserial /dev/modem
Caso ele informe algo como: /dev/modem, UART: 16550A, Port: 0x02e8, IRQ: 3, e se o seu modem não
estiver na IRQ3, você pode incluir esta linha no seu arquivo /etc/rc.d/rc.local:
setserial /dev/modem irq 7
Neste caso, seu modem usa a irq 7. Passe ao setserial apenas os parâmetros que necessitar (irq no caso).
Para testar se todas as configurações feitas no modem estão corretas podemos
utilizar o aplicativo kppp. Para iniciá-lo basta estar utilizando um ambiente gráfico (Gnome,
kde, Window Maker) e abrir um x-term (ou terminal, konsole, gnome-terminal, dependendo do ambiente) e
executar:
# kppp
Em seguida, selecione as seguintes opções: "Configuração",
"Modem", "Perguntar ao modem". Se ao clicar nesta opção aparecer uma
lista com várias informações sobre o seu modem então parabéns, ele
foi configurado corretamente.
O próximo passo agora é configurar uma conta para a Internet. Nesse caso utiliza-se
também o aplicativo kppp. Antes de mais nada, como superusuário, você precisa configurar
seu modem e editar o arquivo /etc/ppp/options, removendo a linha "lock".
Como usuário normal, entre no X e chame o kppp, depois:
clique em "Configuração";
aba "Contas":
botão "Nova...";