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Configurando periféricos
Aprenda a usar os programas de detecção e a configurar os principais dispositivos de seu hardware


Antônio Marcos Gaio Júnior
burn_force@hotmail.com

Guilherme Shigueo Hayashi
hayashi@mais.sul.com.br

Tendo como base um computador sem periféricos avançados, nos dias de hoje seis elementos são essenciais nos micros: placa de vídeo, placa de som, modem, mouse, placa de rede e teclado. Em geral nos micros caseiros não há placas de rede.

Primeiro, conheceremos os aplicativos que iremos utilizar e a que hardware eles estão relacionados. Lembre-se de que para utilizar qualquer um dos softwares apresentados aqui, é necessário estar usando a conta de root (superusuário, o único com direitos de alterar as configurações).

  • Xconfigurator (placa de vídeo e monitor)
  • sndconfig (placa de som)
  • kppp (modem)
  • mouseconfig (mouse)
  • linuxconf (placa de rede)
  • kbdconfig (teclado)

    É importante destacar que todas as configurações exemplificadas nesta matéria foram baseadas no Conectiva Linux 5.0.

    Kbdconfig:

    Este aplicativo é chamado a partir da linha de comando:

    # kbdconfig

    Selecione então o tipo de teclado que se encaixa ao seu modelo.

    Lembre-se de que se o seu teclado for aquele que possui a tecla "ç" então ele é do tipo br-abnt2, caso contrário, geralmente o modelo correto é o us-acentos. Em seguida, confirme a escolha pressionando o botão "OK".

    Porém, se mesmo depois disso o teclado parecer não funcionar corretamente, no X-Window System em particular, então deve-se editar o arquivo /etc/X11/XF86Config e retirar os comentários (símbolo de #) da seguinte linha:

    # XkbDisable

    Depois das alterações a linha deverá ficar assim:

    # XkbDisable

    Mouseconfig:

    Para rodá-lo, execute na linha de comando:

    # mouseconfig

    Selecione o mouse mais compatível com o seu modelo. Se por acaso o seu mouse possuir somente dois botões será possível fazer com que ele emule a ação de mais um botão, sendo isso facilmente configurado selecionando a opção "Deseja emulação de 3 botões".

    Após seguir esses passos é recomendável executar alguns comandos para que as alterações feitas no mouse possam ser carregadas. Esses comandos são os seguintes:

    # cds

    E após:

    # ./gpm restart

    Xconfigurator:

    A configuração do vídeo é um pouco mais complicada com relação aos outros itens acima, já que existem mais variáveis envolvidas no processo como: placa de vídeo, monitor, quantidade de memória da placa de vídeo, resolução e quantidade de cores, porém esse aplicativo tem uma interface amigável e faz a autodetecção da maioria das placas, fornecendo-lhe uma configuração mínima funcional.

    A sintaxe para executá-lo é:

    # Xconfigurator

    Se não desejar rodá-lo com a autodetecção da placa de vídeo, execute:

    # Xconfigurator –expert

    Ele fará a autodetecção, porém deixará de selecionar qualquer placa da lista.

    No primeiro caso, irá detectar sua placa de vídeo e, depois, será necessário indicar qual monitor está conectado ao sistema. Se este último não estiver listado, escolha a opção "personalizado" e informe suas freqüências verticais e horizontais ao aplicativo. Tenha em mente que mesmo se a sua placa de vídeo não estiver listada, é possível selecioná-la pelo chipset genérico.

    Detalhes:

    Quando o X está mal configurado, ele entra na "tela preta" e ali fica parado. Para abortá-lo, na maioria das vezes o Ctrl + Alt + BackSpace funciona, mas antes disso, tente Control + Alt + (tecla + do teclado numérico) que alterna entre configurações de resoluções de tela possíveis (640x480, 800x600 etc), pois às vezes essa tela só aparece em uma resolução e nas outras não (geralmente a má configuração da resolução de tela vem acompanhada de um zumbido discreto do monitor).

    Ou ainda, tecle Ctrl+Alt+F1 para voltar ao modo caractere, e no console onde o X foi chamado, tecle Ctrl+C para "matar" o X.

    Tente primeiro configurações mais "conservadoras" e depois vá aumentando/experimentando até chegar no limite de sua placa de vídeo.

    Sndconfig:

    Como o aplicativo acima, este também é dotado de autodetecção de hardware, facilitando o uso de usuários que não conheçam o hardware que possuem. A sintaxe para rodá-lo é:

    # sndconfig

    Caso queira especificar a placa de som manualmente, bem como os parâmetros, tais como irq e dma (muitas placas ISA não plug-and-play possuem jumpers que "travam" seus endereços e muitas vezes esses não são o padrão de fábrica da placa, convém checá-los antes de configurar), execute:

    # sndconfig –noprobe

    Linuxconf:

    O aplicativo linuxconf é utilizado para fazer a configuração de inúmeras outras tarefas, porém vamos nos deter somente no que diz respeito a placas de rede. A sintaxe para rodá-lo é:

    # linuxconf

    Um exemplo de configuração segue abaixo:

    
    Ambiente de Rede ‘ Informação básica da máquina —
    Complete os campos:
    Nome da máquina: teste 
    ativo: [X] ativo 
    Primeiro nome + domínio: teste.intranet
    Apelidos (opc.) : teste
    Endereço IP : digite o endereço IP
    Máscara (opc.): digite a máscara da rede
    Dispositivo de rede: eth0
    Módulo do kernel: pressione Ctrl + X 
    e selecione um modelo
    Porta E/S (opc.): 0x330 (necessário
    só se a placa for ISA)
    Irq (opc.): 9 (necessário só se a placa for ISA)
    Aceitar ‘
    Sair ‘
    Sair ‘
    Ativar Mudanças
    
    

    Lembramos que as opções Porta E/S e Irq deverão ser preenchidas de acordo com as especificações da sua placa e somente serão necessárias se ela for do tipo ISA. Agora, para verificar se a configuração foi bem-sucedida execute os seguintes comandos:

    # ifup eth0
    # ifconfig

    Se na listagem aparecer a palavra "eth0" quer dizer que a sua placa de rede foi configurada com sucesso.

    Nota: Se sua placa for compatível com ne2000, selecione em "módulo do kernel" relativo à placa de rede:

    ne (se for ISA)

    ou:

    ne2k-pci (se for PCI)

    Lembre-se que se ela for ISA, será necessário especificar também o irq e o endereço de entrada e saída.

    Kppp:

    Antes de configurar uma conta de Internet usando o kppp, primeiramente configuraremos o hardware em si (modem). As portas "com", no Linux são chamadas de "ttyS". Consulte a tabela de correspondência abaixo para saber em qual "ttyS" encontra-se seu modem.

    COM 1 = /dev/ttyS0
    COM 2 = /dev/ttyS1
    COM 3 = /dev/ttyS2
    COM 4 = /dev/ttyS3

    Vamos agora criar um link simbólico deste "ttyS" chamado /dev/modem para que a configuração não aponte diretamente para a porta de comunicação. Isso garantirá a todos os usuários o acesso a esse dispositivo. Lembramos que todo o procedimento deve ser feito como usuário root (que é o único capaz de alterar as configurações).

    # ln -sf /dev/ttySx /dev/modem

    O "x" acima refere-se ao número da "tty" visto na tabela de correspondência. Feito isso, coloque o CD 1 do Conectiva Linux 5.0 no seu drive de CD-ROM e instale o seguinte pacote:

    # mount /dev/cdrom
    # cd /mnt/cdrom/conectiva/RPMS
    # rpm -ivh setserial-2.17-1cl.i386.rpm
    # setserial /dev/modem autoconfig
    # setserial /dev/modem

    Caso ele informe algo como: /dev/modem, UART: 16550A, Port: 0x02e8, IRQ: 3, e se o seu modem não estiver na IRQ3, você pode incluir esta linha no seu arquivo /etc/rc.d/rc.local:

    setserial /dev/modem irq 7

    Neste caso, seu modem usa a irq 7. Passe ao setserial apenas os parâmetros que necessitar (irq no caso).

    Para testar se todas as configurações feitas no modem estão corretas podemos utilizar o aplicativo kppp. Para iniciá-lo basta estar utilizando um ambiente gráfico (Gnome, kde, Window Maker) e abrir um x-term (ou terminal, konsole, gnome-terminal, dependendo do ambiente) e executar:

    # kppp

    Em seguida, selecione as seguintes opções: "Configuração", "Modem", "Perguntar ao modem". Se ao clicar nesta opção aparecer uma lista com várias informações sobre o seu modem então parabéns, ele foi configurado corretamente.

    O próximo passo agora é configurar uma conta para a Internet. Nesse caso utiliza-se também o aplicativo kppp. Antes de mais nada, como superusuário, você precisa configurar seu modem e editar o arquivo /etc/ppp/options, removendo a linha "lock".

    Como usuário normal, entre no X e chame o kppp, depois:

    clique em "Configuração";

    aba "Contas":

    botão "Nova...";

  • Defina um nome para sua conexão: ex.: "Meu Provedor";
  • Preencha o número do telefone do seu provedor: ex.: 123-4567;
  • Na parte "Autenticação", escolha a opção adequada (script, PAP, CHAP, terminal). Na dúvida, consulte seu provedor. Em geral, a mais usada é PAP;
  • Deixe a opção "Guardar password" selecionada. aba "IP":
  • Deixe selecionado "Endereço IP Dinâmico";
  • Não selecione "Auto-configurar nome da host...". aba "DNS":
  • Em "Nome do Domínio", preencha o nome do domínio do seu provedor (consulte-o para saber qual é) ex.: provedor.com.br;
  • No campo "Endereço IP do DNS", preencha o número do IP do provedor (consulte-o para saber qual é). Se houver mais de um, clique no botão "Adicionar". Ex.: 123.456.789.0;
  • Selecione a opção "Desativar Servidores DNS existentes..." aba "Gateway":
  • Deixe a opção "Gateway Padrão" selecionada (a não ser que seu provedor lhe dê um IP de gateway);
  • Deixe a opção "Colocar rota padrão neste Gateway" selecionada. Clique no botão "OK"; aba Dispositivo:
  • Em "Dispositivo Modem", selecione "/dev/modem";
  • Em "Velocidade de Ligação", selecione de acordo com a velocidade do seu modem (normalmente 38400 ou 57600). aba Modem: Botão "Comandos do Modem";
  • em "String de Discagem", coloque ATDP caso a linha seja Pulso, ou ATDT caso a linha seja Tom;
  • clique no botão "OK"; ‘
    Novo clique em "OK";
    Preencha seu "ID de login" (nome de usuário no provedor);
    Coloque a senha; ‘
    Clique no botão "Ligar".
    Observação: Caso tenha problemas com o kppp, e não consiga salvar as configurações feitas, verifique as permissões do diretório ~/.kde e do arquivo ~/.kde/share/config/kppprc.

    O padrão para nossa distribuição (Conectiva) foi de que nada que não fosse absolutamente necessário pudesse ser executado com permissões de root. Um dos utilitários em que foi retirada esta permissão foi o programa pppd.

    Dê permissão de root ao pppd, da seguinte maneira:

    # chmod a+s /usr/sbin/pppd

    E ao kppp:

    # chmod a+s /usr/bin/kppp

    Abordamos aqui os principais tópicos de configuração de periféricos.

    Se você quiser encontrar documentação adicional sobre o assunto, visite o site da linux.tucows.com, em que você encontrará muito material, inclusive para periféricos incomuns e para todas as distribuições de Linux.

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