Distribuições diet
Algumas são
geniais: cabem no bolso da sua camisa e são autênticos canivetes suíços
Que tal uma demonstração do sistema Linux sem precisar recorrer a uma máquina com o Linux pré-instalado? Ou então, ministrar um treinamento sobre Linux sem sequer acessar os discos rígidos existentes nos computadores da sala de aula?
Mágica? Não, apenas algumas das muitas utilidades das minidistribuições, sistemas Linux completos contidos em um disquete. Na edição número 05, a RdL mostrou a utilização de uma dessas minidistribuições, o tomsrtbt, como disco de recuperação de um sistema Linux com problemas. Entretanto, essa está longe de ser a única utilidade para uma minidistro.
Para a maioria das pessoas, o início de seu envolvimento com o mundo Linux foi frustrante. Quem não se lembra da instalação do seu primeiro Slackware 3.6 ou do seu Red Hat 5.2? Partições, arquivos .tar, .tgz, milhares de scripts por todos os lados, diretórios em profusão, e expressões assustadoras ouvidas dos mais experientes, como "tem que recompilar o kernel" ou "instale só os módulos A, X e Z que funciona", desviavam o futuro linuxer do objetivo principal, que era aprender (e entender) o novo sistema. Com as minidistribuições, pode-se experimentar o novo sistema operacional sem ter que preparar previamente a máquina, alterar partições ou correr o risco de corromper o sistema operacional atual.
Outra possível utilização de uma minidistribuição é como software para sistemas embarcados. Já existem, por exemplo, sistemas de som MP3 automotivos, computadores de bordo para Rally e eletrodomésticos inteligentes utilizando essas minimaravilhas como base. Muitas outras estão em desenvolvimento, e uma pesquisa sobre o assunto em mecanismos de busca da Internet retorna milhares de sites que abordam o assunto.
Reviver equipamentos antigos também é tarefa simples para as minidistros. Velhos 386SX com 8Mb de RAM e sem HD podem rodar tranquilamente alguns "sabores" de minilinux. Algumas das minidistribuições contam inclusive com suporte a periféricos como placas de rede e modems, permitindo que o parque de informática de uma empresa, antes em processo de sucateamento, possa ter uma sobrevida impressionante. As estações carregam o sistema operacional localmente com a minidistro e conectam-se à rede local, tornando-se uma estação de trabalho funcional.
Muitas minidistribuições possuem características de dar inveja a seus "irmãos maiores". A muLinux, por exemplo, possui até um servidor X! Com apenas dois disquetes é possível ter uma workstation gráfica que pode atender às necessidades da maioria das aplicações comuns em um escritório, como processamento de texto e correio eletrônico.
Alguns especialistas, usuários fanáticos das minidistribuições, vão ainda mais além. No site oficial do muLinux (sunsite.auc.dk/mulinux), um usuário afirma que "distribuições como o muLinux e o tomsrtbt não são antagônicas mas se completam, uma vez que o muLinux volta-se para os aplicativos do dia-a-dia (por exemplo Lynx, clientes de mail) e o tomsrtbt é mais voltado a ferramentas de recuperação de sistema (fsck,
ifconfig, ping, etc.)".
tomsrtbt
www.toms.net/~toehser/rb
Conforme descrito no
site oficial, o tomsrtbt é "o
máximo do Linux em um disquete". Ferramentas de socorro, recuperação, pânico e
emergência, pequenas o bastante para caber no bolso da camisa e sempre à mão quando não for possível utilizar um disco rígido.
Foi desenvolvido sobre o kernel 2.0.37, e possui a maioria das ferramentas necessárias para recuperação de sistemas com falhas.
Mais informações sobre o tomsrtbt podem ser encontradas na matéria "Operação Resgate", na edição 05 da revista.
Small Linux
smalllinux.netpedia.net
Esta minidistribuição tem como objetivo rodar em máquinas antigas e de poucos recursos. Foram feitos testes em máquinas 386SX com 2Mb de memória e 20Mb de disco rígido, onde o sistema rodou em modo console (texto) sem problemas. Para rodar o servidor X são necessários pelo menos 4 Mb.
A última versão do Small Linux (0.3.0) utiliza o kernel 1.2.11, compilado para binários ELF.
Trinux
www.trinux.org
O Trinux é uma distribuição Linux portátil que inicializa
a partir de um único disquete, carrega seus pacotes através
de uma partição EXT2 ou FAT, outros disquetes ou mesmo servidores HTTP/FTP, e roda inteiramente em RAM (não há necessidade de discos rígidos). Trinux contém versões pré-compiladas das populares ferramentas de segurança e monitoração de redes de código aberto, como por exemplo nmap, tcpdump, iptraf, e ntop. Não por acaso, é chamado de "Linux Security Toolkit" (ferramentas de segurança Linux).
A configuração recomendada para o Trinux é um 386 com pelo menos 12 Mb de RAM. O suporte a diversas placas de rede já é padrão no kernel utilizado (2.2.x), e é compatível com binários executáveis do Red hat 5.2.
Floppix
Linux em 2 disquetes
floppix.ccai.com
Floppix é uma ferramenta de ensino. Possui um subconjunto da distribuição Debian Gnu/Linux que ocupa apenas dois disquetes de 3.5" 1.44Mb. A versão atual é derivada do Debian 2.1 e está sob a GNU GPL. O Floppix fornece uma plataforma para prática dos comandos Linux e experimentação com tarefas simples de administração.
A característica marcante
do Floppix é a de propositadamente NÃO POSSUIR suporte a discos rígidos: não há possibilidade de acessar, modificar, danificar ou destruir qualquer coisa instalada no disco rígido. Por essa razão, o Floppix é um sistema seguro e pode ser utilizado sem medo no laboratório, na sala de aula, em casa ou no trabalho.
O sistema Floppix roda inteiramente de um disco virtual em RAM. Como todo o sistema de arquivos está armazenado em RAM, todas as alterações são perdidas quando o sistema é desligado ou reinicializado. Isso torna possível a experimentação de situações limite. Por exemplo, pode-se simular a eliminação de todo o sistema de arquivos, para verificar o que resta depois. O Floppix
é o sistema ideal para isso.
muLinux
sunsite.auc.dk/mulinux
O muLinux (na realidade, µLinux) é uma minidistribuição linux totalmente configurável, minimalista, razoavelmente completa e voltada para a execução de aplicativos de produtividade. Utiliza o kernel 2.0.36 e foi desenvolvido na Itália por Michelle Andreoli.
O muLinux básico está contido em um único disquete de 3,5", formatado para 1.72 Mb. Roda em um PC 386 com 8Mb de memória e espaço em disco para swap, e se instala em um disco virtual na RAM e em partições UMSDOS, EXT2 e LOOP-EXT2.
Outros seis disquetes podem conter os chamados "addons" para o muLinux:
- Suporte a partições EXT2
- Servidor X
- VNC
- Compiladores
- TCL/TK
- LaTeX
FREESCO
www.linuxsupportline.com/~router
FREESCO é um substituto gratuito para roteadores comerciais, suportando até três placas de rede ethernet/arcnet/arlan e até dois modems.
FREESCO é extremamente fácil de configurar, totalmente documentado e sem dificuldade de utilização. Possui um exclusivo Painel de Controle acessável via web, o que o torna facilmente configurável à distância.
O FREESCO utiliza o kernel 2.0.38 e necessita de pelo menos 6 Mb de memória para rodar.
Outras minidistribuições
The Linux Router Project
www.linuxrouter.org
DLX
www.wu-wien.ac.at/usr/h93/h9301726/dlx.html
CCLinux
www.CosmicChaos.com/CClinux/index.shtml
Pocket Linux
pocket-linux.coven.vmh.net
HVLinux
hvlinux.tsx.org
Giotto
www.quietsche-entchen.de/giotto
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