Pinguim a 9.600
Contratei recentemente junto à
Telefônica o serviço de acesso à Internet via banda larga (Speedy). Para
minha surpresa, recebi uma ligação, dizendo que a instalação do serviço não
seria possível, pois meu sistema operacional é o Linux. Cheguei a oferecer
meus serviços à companhia, me propondo a pagar a taxa de instalação na
íntegra, desde que eu recebesse os equipamentos e dados necessários para
que eu mesmo pudesse fazer a instalação. Até ofereci repassar todas as
informações necessárias ao corpo técnico do provedor, sem sucesso. Tudo o
que consegui ouvir foi: “Sabe, o contrato para o desenvolvimento do acesso
em Linux já foi feito com os E.U.A. Se aceitarmos sua oferta seria quase
uma pirataria”. É mole? É para desistir de ser brasileiro! Vou emigrar
para a terra do Tio Sam, ter várias companhias brigando para que eu
contrate o serviço DSL delas e ainda vou me sustentar fazendo software para
a tal companhia telefônica que vai me pagar lá pelo que aqui teria de
graça. Terceiro mundo ou Fim de mundo?
Rodrigo Senra
rodsenra@gpr.com.br
Entramos em contato com a
Telefônica para que esta possa esclarecer os fatos relatados pelo leitor.
Por solicitação da própria Telefônica, enviamos à empresa uma cópia de sua
mensagem. Até o fechamento desta edição, ainda não havíamos obtido uma
resposta.
Mistério no /etc
Ao olhar meu arquivo
/etc/passwd, percebi que o PID do root é 0:0, e cada usuário adicionado ao
sistema recebe seu próprio PID. Se você alterar o PID de um usuário
qualquer para 0:0, ele terá os mesmos privilégios do root. Existe alguma
forma de evitar isto impedindo que dois usuários diferentes tenham o mesmo
PID?
Denis A. Morassuti
denis@linuxworking.org
Segundo um dos autores dos
artigos do /etc, Roberto Teixeira, sim. Uma vez que o usuário recebe o PID
0:0, ele praticamente se torna o próprio root. Infelizmente, não há uma
maneira de impedir isto, mas visto que somente o root pode alterar o
/etc/passwd, não se trata de um grande problema.
PC Popular
Gostaria de saber como anda o
projeto do PC Popular com Linux. Tenho um PC 486 DX2 66Mhz com HD de 510MB
e 16 MB de memória, preciso desenvolver aplicações com mala direta e banco
de dados com algum Office, mas meu equipamento é muito pouco. O PC Popular
vai ser minha solução.
Edinilson Santos
epsnilson@ig.com.br
A última informação que
obtivemos da equipe responsável pelo projeto é de que há várias empresas
interessadas no PC Popular e que ele deve chegar ao mercado “em breve”, mas
não há data específica. Devido à natureza de seu trabalho, cremos que o PC
Popular não é a melhor solução para seu problema. Não há como saber se a
versão comercial terá capacidade de expansão, para um upgrade de RAM ou
instalação de um HD, por exemplo, e tais recursos são fundamentais para o
uso que você pretende dar à maquina. Aconselhamos a compra de um PC
“comum”, que poderá atender melhor às suas necessidades.
DOSEmu
Gostei do artigo sobre o DOSEmu
na edição 18 da Revista do Linux, mas tenho uma dúvida: como posso aumentar
o tamanho da hdimage? 15 MB é muito pouco!
Marcos Rodrigues
marsrodrigues@hotmail.com
A forma mais fácil de
conseguir mais “espaço em disco” no DOSEmu é criar uma nova imagem de HD e
mover seus arquivos para ela. Para isso, use o utilitário mkfatimage16. A sintaxe é mkfatimage16 -k <tamanho da imagem em
Kbytes> -f <nome do arquivo>. Coloque essa imagem como um
segundo disco no DOSEmu, formate este disco com sistema operacional (o
velho format <unidade>: /s) e copie seus arquivos para ele.
Você também pode utilizar um diretório do Linux como disco para o DOSEmu
com o comando LREDIR, mostrado no artigo.
Permissões de Arquivos
Sou um usuário novato, e
gostaria de ver um artigo falando sobre
per-missões de arquivos, para que eu possa limitar o acesso dos usuários
somente a diretórios específicos, literalmente “trancando-os” no seu
/home.
Carlos Pereira
caqp@terra.com.br
Publicamos um artigo sobre
permissões de arquivos na edição 20, página 48, seção Iniciantes.
Acreditamos que seja exatamente o material que você procura. Você pode ler
artigos de edições passadas da Revista do Linux em nosso site, na seção
“Edições Anteriores”.
Software proprietário
Eu fiquei preocupado ao ver a
Revista do Linux de julho distribuir meu discurso de março em Salvador,
usando um formato que só pode ser reproduzido com o programa proprietário
(não-livre) RealPlayer. Meu discurso descreve as objeções éticas ao
software não-livre, e como desenvolvemos o sistema GNU (com seu derivado,
GNU/Linux) de forma a podermos escapar do software não-livre. Mas o
discurso está induzindo os leitores a instalar um programa não-livre —
agindo diretamente contra o objetivo da liberdade.
As pessoas podem achar incrível
que vocês não tenham conseguido per-ceber a ironia do ocorrido, mas
acredito saber o que aconteceu. É um reflexo natural de uma atitude comum
entre as pessoas que usam o sistema GNU/Linux e o chamam de “Linux”. Muitos
desses usuários não estão especialmente interessados em liberdade, nem na
própria nem na dos outros. Eles freqüentemente acreditam que programas
não-livres “aprimoram” o GNU/Linux. Eles concentram em metas de
curto-prazo, como “eu quero fazer ESTA tarefa HOJE”, e negligenciam metas
de longo-prazo, como viver em liberdade. Tais pessoas não compreendem o
objetivo da GNU e do GNU/Linux, que é fornecer a elas um modo de usar os
computadores, e ainda tendo a liberdade de estudar, redistribuir e alterar
o software. Desta forma, elas também ignoram os pontos secundários, como a
ironia de se distribuir um discurso sobre o software livre em um formato
proprietário.
Peço aos editores desta revista
para que, no futuro, tenham cuidado e redistribuam as gravações de meus
discursos apenas em formatos livres. Porém, meus discursos são apenas um
exemplo de uma situação muito maior. Se vocês continuarem a encorajar o
leitores a usarem software proprietário, exceto apenas os discursos do
Stallman, o dano causado será praticamente o mesmo.
A história mostra que
precisamos valorizar nossa liberdade, e devemos nos esforçar para
preservá-la, ou iremos perdê-la. Nós, no Projeto GNU, desenvolvemos o
sistema operacional GNU para que pudéssemos ter liberdade. Entretanto, não
podemos assegurar que vocês manterão a sua própria liberdade. Vocês sempre
poderão abrir mão dela, instalando software pro---prietário como o
RealPlayer. E se essa prática se alastrar, não importa quantos milhões de
pessoas se entusiasmem ao usar o sistema ope-ra-cional GNU/Linux, ele não
terá atingido seus objetivos.
Para fortalecer nossa
comunidade, vocês deveriam pensar mais em liberdade e valorizá-la mais. Se
fizerem isso, não precisarão que eu mostre a ironia da distribuição dos
meus discursos em formato RealPlayer. Vocês verão o problema por si próprios
e procurarão uma outra maneira.
Richard Stallman
Presidente da Free Software
Foundation Criador do projeto GNU
rms@gnu.org
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