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<IMG> Distro
<IMG> Slackware 8.0
<IMG> Provando que ainda está vivo, o Slackware chega à era do kernel 2.4
 
<IMG> Fundado em 1993 por Patrick Volkerding, o Slackware é considerado por muitos como uma das melhores distribuições Linux do mercado, sendo indicada para quem quer realmente apren-der como funciona o sistema. Depois de um período de incerteza quanto ao seu futuro, o Slack-ware volta à ativa, provando que está aí para ficar.
 
<IMG> A instalação
<IMG> Para este artigo, utilizamos o primeiro CD do Slackware 8.0, gerado a partir de uma imagem ISO baixada do site oficial. Como o primeiro contato que muitos tem com uma distribuição é o instalador, começaremos nossa análise por ele.
<IMG> O primeiro CD (são 3 no total) é “boo-tável”, o que significa que você po--de colocá-lo no drive e reiniciar seu computador para iniciar o processo de ins-talação automaticamente. Contudo, algumas máquinas, particularmente as com drive de CD ou BIOS antigas, não suportam boot pelo CD. Aqui en-tra o primeiro destaque do Slack-wa-re: os discos de boot.
<IMG> Toda distribuição Linux fornece, nos CDs de instalação, imagens dos discos de boot, para que você possa ge-rar suas próprias cópias, caso necessário. O Slackware exagera: além de ser a úni-ca distribuição que ainda suporta dis-cos de boot de 1.2 MB (para os usuários de dri-ves de 5"¼ de alta capacida-de), ele oferece nada menos que 71 op-ções de discos de boot, entre o kernel 2.2.19 e 2.4.5, cobrindo uma vasta ga-ma de hardwares. Geralmente, basta o dis-co padrão, bare.i, mas as opções disponíveis garantem que você ja-mais dei-xará de instalar o Slackware por falta de suporte ao seu hardware na instalação.
<IMG> O instalador é todo em modo texto, mas nem por isso complicado, e apresenta recursos interessantes. Du-rante a formatação das partições, vo-cê pode optar por uma checagem de bad blocks, que lhe dá a garantia de que seu HD está íntegro e sem falhas. Você pode configurar certos itens de seu hard-ware, como modems e placas de rede, durante a instalação, e há duas op-ções de kernel, 2.2.19 e 2.4.5, sendo que o padrão (e recomendado por Patrick Volkerding) é o 2.2.19. Durante a instalação de pacotes, você pode optar por instalar ao estilo “quero tu-do, não me aborreça com perguntas”, ou especificar detalhadamente quais pacotes em cada grupo você quer instalar. Isso fornece ao usuário a chance de, ao final da instalação, ter o sistema exatamente do jeito que ele gosta.
<IMG> Contudo, o instalador tem suas falhas: não há suporte a outros idiomas além do inglês na instalação, e não há um mapa de teclado ABNT2. Em-bora isso possa ser corrigido mais tarde, os usuários que desejam instalar o Slackware, mas não são fluentes na língua inglesa, irão penar um pouco durante a instalação, principalmente se tiverem de ficar “catando milho” em um teclado ABNT2 pela falta de um mapa adequado para esse layout. A partição de disco é feita através do uti-litário fdisk, e a falta de uma inter-face mais amigável para este pode espantar os usuários menos experientes.
 
<IMG> O sistema
<IMG> Como dissemos anteriormente, há duas opções de kernel. Em nossos testes com o kernel 2.4.5, os módulos, incluindo os de rede, não foram insta-lados, deixando nossa máquina ilhada. E o módulo para nossa placa de rede, baseada no chipset RTL8139 da Real-tek, não compilava. Resultado: tivemos de fazer um “downgrade” para o kernel 2.2.19, onde tudo funcionou a contento.
<IMG> Há a disposição uma boa variedade de gerenciadores de janelas (fvwm2, Window Maker, enlighten-ment) e sistemas de desktop (Gnome e KDE). Estranhamente, mesmo não ins-talando o fvwm2, Enlightenment ou Window Maker, eles estão listados no menu do KDM, o gerenciador gráfico de login.
<IMG> O KDE e o Gnome mereciam mais atenção. Embora sejam versões bem recentes, não estão presentes todos os pequenos “toques extras” com os quais muitos usuários estão acostu-mados. Nada de atalhos para os apli-ca-tivos de uso mais comum no desk-top ou menus reorganizados de forma mais fácil. O Gnome é um bom exemplo: ele inicia sem nenhum ge-ren-ciador de desktop, seja ele o Nau-tilus ou o GMC. Usuários mais experientes já sabem que basta executar manualmente estes gerenciado-res, salvando a sessão em seguida, para resolver o problema. Mas a primeira reação de um novo usuário vai ser “cadê os ícones? por que não posso clicar com o botão direito do mouse para configurar o desktop?”. Para completar a confusão, o Gnome, inexplicavel-mente, não possui tradução para o português.
<IMG> Um conjunto completo de navegadores está disponível, incluindo o Mozilla 0.9.1, Konqueror, e o excelente, mas ainda pouco conhecido, Ga-leon. Este, apesar de um pouco instável (uma falha do próprio Galeon, não relacionada com o Slackware), está se tornando um excelente navegador, unindo o excelente sistema de visuali-zação de páginas do Mozilla com uma interface leve e recursos úteis, como o zoom nas páginas e “apelidos” para os bookmarks.
<IMG> Uma excelente adição ao Slack-ware, voltada especialmente aos usuários com algum tipo de deficiência visual, é a síntese de voz. Este recurso é disponibilizado por meio do utilitário Speakup, que suporta vários sintetizadores de voz, tanto modelos externos quanto internos. É possível, inclusive, fazer a instalação do Slack-ware com o auxílio da síntese de voz, bastando para isso gerar um disco de boot a partir da imagem spea-kup.i (ou speakup.s, caso sua máquina possua dispositivos SCSI). Infelizmente não pudemos testar este recurso, devido à falta dos equipamentos adequados.
<IMG> Usuários do kernel 2.4.5 poderão aproveitar recursos exclusivos desta versão. Para usos mais sérios, há o suporte ao sistema de arquivos ReiserFS e o filtro de pacotes iptables. Quem quer um pouco de diversão pode aproveitar a combinação do suporte a DRI (Direct Rendering Inter-face), do kernel 2.4.5, com o suporte melhorado a hardware, do XFree 4.1.0, para poder jogar com aceleração total de gráficos via hardware em placas suportadas. Segundo a documentação do Slackware, o ganho de desempenho sobre os sistemas antigos de aceleração 3D é incrível. Slack 8.0 + Kernel 2.4.5 + Placa com suporte à DRI = Festa!
<IMG> O conjunto de pacotes atualizado, bom suporte a hardware e os recursos extras, como a síntese de voz, fazem do Slackware 8.0 uma boa distribuição, mas a recomendamos apenas aos usuários experientes. Usuários iniciantes, com pouco ou nenhum contato com o Linux, se sentirão simplesmente frustrados. Mas, como o próprio Patrick Volkerding nos disse em uma entrevista, publicada na edição 10 da Revista do Linux: “Nosso objetivo é ser a distribuição mais expert-friendly que existe.”
 
<IMG> Para saber mais
<IMG> www.slackware.org - Site oficial do Slackware.
<IMG> www.slackware-brasil.com.br - Site oficial do Slackware no Brasil
<IMG> www.revistadolinux.com.br/ed/010/entrevista.php3 - Entrevista com Patrick Volkerding, publicada na edição 10 da Revista do Linux.
 
<IMG> Olho
<IMG> O suporte a sintetizadores de voz leva o Linux aos portadores de deficiência visual
 
 

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